O Ibama realizou a maior apreensão de barbatanas de tubarão já registrada no mundo, totalizando 28,7 toneladas confiscadas.
Essas barbatanas correspondem a aproximadamente 10 mil tubarões mortos e estavam sendo destinadas à exportação para a Ásia.
Os animais eram pescados em vários pontos do litoral brasileiro, mas principalmente na região Sul. Foram pelo menos 4,4 mil tubarões-azuis (Prionace glauca) mortos e 5,6 mil tubarões anequim (Isurus oxyrinchus), também conhecidos como mako.

Tubarão azul, uma das espécies mais consumida pelos brasileiros. Imagem: Diego Delso
Segundo informações da Sea Shepherd Brasil, o tubarão azul é a espécie mais consumida pelos brasileiros, representando a ampla quantidade de animais importados para o Brasil. Além disso, é também a espécie mais capturada pelas empresas de pesca industrial de atum no país, superando até mesmo a quantidade de atuns pescados. Embora o tubarão mako seja altamente pescado, em junho deste ano ele foi incluído na lista vermelha do ICMBio, o que proíbe sua comercialização.
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Meses de investigação seguidos da operação realizada em fevereiro em conjunto com a Sea Shepherd Brasil resultaram na descoberta de 27,6 toneladas em uma única empresa de exportação em Itajaí. Além disso, 1,1 toneladas de barbatanas foram apreendidas no Aeroporto de Guarulhos.
A pesca direcionada de tubarões não é permitida no Brasil. Os barcos utilizavam licenças de outras espécies de peixe para capturar os animais.
“As embarcações também deixaram de utilizar medidas obrigatórias para evitar a captura e morte de aves marinhas, o que causou milhares de mortes de aves, sendo algumas de espécies consideradas ameaçadas de extinção”, complementou o Ibama.
A prática, ressaltou o instituto, tem causado a diminuição drástica das populações de tubarões em todo o mundo.
No mercado internacional, o quilo da barbatana desses tubarões é avaliado em 100 dólares, sendo comumente utilizado na gastronomia asiática.