No último domingo (28), 175 animais foram apreendidos do Zoológico Pet Silvestre, que foi fechado sob acusação de maus-tratos, durante uma operação do Ibama. O estabelecimento também foi multado em mais de R$ 300 mil.

Arara apreendida do zoológico de Porto de Galinhas. Divulgação/Ibama

De acordo com o Ibama, os recintos onde os animais estavam não atendiam às especificações estabelecidas pela legislação de zoológicos (Lei n° 7173/83 e IN n° 07/15), em relação às dimensões e condições mínimas de abrigo. 

Além disso, foram encontrados animais mutilados, corujas amarradas ao poleiro durante todo o dia e animais sem marcação.

Corujas eram mantidas com suas patas amarradas. Divulgação/Ibama

Outros animais que deveriam estar no zoológico não foram encontrados, e o estabelecimento foi notificado para fornecer explicações sobre o destino desses animais.

Anteriormente, o zoológico já havia recebido notificações da Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), vinculada à Semas, para que adequasse os recintos e as condições de abrigo dos animais, porém essas exigências não foram cumpridas.

Todos os animais apreendidos foram retirados do local e encaminhados para triagem e recuperação. Até o momento, não há informações sobre onde os animais estão sendo mantidos ou sobre o que ocorrerá com eles no futuro.

Condições do zoológico

O proprietário do zoológico utilizou as redes sociais para acusar o Ibama de maus-tratos durante a apreensão dos animais, compartilhando uma série de imagens do momento.

O Zoológico Pet Silvestre se autodenomina como o primeiro zoológico interativo do Brasil, permitindo que os visitantes manipulem e tirem fotos com animais silvestres, como araras, corujas, cobras e jacarés.

Manter animais em recintos pequenos e treiná-los para que interajam com humanos é cruel, e não é uma prática de conservação, tampouco promove a conscientização.

Os animais silvestres devem ser deixados em paz para viverem suas vidas na natureza. Quando isso não é mais possível, eles devem ser encaminhados para locais que ofereçam recintos adaptados, enriquecimento ambiental específico para a espécie e onde não sejam submetidos ao estresse de viverem cercados por seres humanos.