O Zimbábue começou a transportar nesta semana mais de 2.500 animais do sul para o norte do país. O objetivo é protegê-los da seca causada pelas mudanças climáticas, que nos últimos tempos superou a caça ilegal como maior ameaça à vida selvagem no país, segundo as autoridades.

Cerca de 2.000 impalas (um tipo de antílope), 400 elefantes, 70 girafas, 50 búfalos, 50 gnus, 50 zebras, 10 leões e 10 cães selvagens estão entre os animais que estão sendo levados da reserva Savé Valley para três outros santuários, num trajeto de cerca de 700 quilômetros.

Porta-voz dos Parques Nacionais do Zimbábue e da Autoridade de Gestão da Vida Selvagem, Tinashe Farawo explicou à AP que a seca prolongada faz com que os animais destruam o próprio habitat e os torna um perigo a eles mesmos – além de uma ameaça para os povoados vizinhos, já que é para lá que os animais vão em busca de comida quando não há mais opções na floresta.

Farawo acrescentou que outra forma de lidar com a questão seria o abate, mas ele é considerado cruel por ativistas. A última autorização do tipo no Zimbábue data de 1987.

Em todo o continente africano, parques nacionais registram chuva abaixo da média. Autoridades afirmam que a seca ameaça sobretudo espécies como rinocerontes, girafas e antílopes, uma vez que reduz a quantidade de alimento disponível.

A situação se repete no hemisfério Norte. Na Inglaterra, por exemplo, os termômetros passaram de 40°C pela primeira vez na história no mês passado, e o governo decretou estado de seca em metade do país. Além disso, países como Portugal, Espanha e França têm sido palco de incêndios florestais.