O Zimbábue começou a transportar nesta semana mais de 2.500 animais do sul para o norte do país. O objetivo é protegê-los da seca causada pelas mudanças climáticas, que nos últimos tempos superou a caça ilegal como maior ameaça à vida selvagem no país, segundo as autoridades.
Cerca de 2.000 impalas (um tipo de antílope), 400 elefantes, 70 girafas, 50 búfalos, 50 gnus, 50 zebras, 10 leões e 10 cães selvagens estão entre os animais que estão sendo levados da reserva Savé Valley para três outros santuários, num trajeto de cerca de 700 quilômetros.
Porta-voz dos Parques Nacionais do Zimbábue e da Autoridade de Gestão da Vida Selvagem, Tinashe Farawo explicou à AP que a seca prolongada faz com que os animais destruam o próprio habitat e os torna um perigo a eles mesmos – além de uma ameaça para os povoados vizinhos, já que é para lá que os animais vão em busca de comida quando não há mais opções na floresta.
“Project Rewild Zambezi” moves 2,500 wild animals in Zimbabwe from one reserve to another to rescue them from drought. https://t.co/NErkq5yhYF
— NBC News (@NBCNews) 1 de setembro de 2022
Farawo acrescentou que outra forma de lidar com a questão seria o abate, mas ele é considerado cruel por ativistas. A última autorização do tipo no Zimbábue data de 1987.
Em todo o continente africano, parques nacionais registram chuva abaixo da média. Autoridades afirmam que a seca ameaça sobretudo espécies como rinocerontes, girafas e antílopes, uma vez que reduz a quantidade de alimento disponível.
A situação se repete no hemisfério Norte. Na Inglaterra, por exemplo, os termômetros passaram de 40°C pela primeira vez na história no mês passado, e o governo decretou estado de seca em metade do país. Além disso, países como Portugal, Espanha e França têm sido palco de incêndios florestais.