Com a perda de seu habitat natural, ursos polares famintos estão migrando para regiões habitadas por seres humanos em busca de comida.

 A informação foi trazida por pesquisadores dos EUA e do Canadá em um artigo publicado na revista Oryx na semana passada.

Foi o que aconteceu com uma fêmea de aproximadamente dois anos de idade, avistada no norte da Rússia com uma lata de leite condensado presa na sua língua. Ela se aproximou dos seres humanos, como em um pedido de ajuda. Passe a postagem para o lado para assistir ao vídeo:

Veterinários locais foram acionados e, após sedá-la, conseguiram retirar a lata. O animal não foi capturado, mas a equipe ficou acompanhando de longe a sua recuperação do tranquilizante, e deixaram peixes para que ela comesse ao acordar. Eles acreditam que ela deva se recuperar.

Consequências do aquecimento global

Os ursos polares dependem da presença de gelo para caçar focas. Mas, com o aquecimento do Ártico 4 vezes mais rápido do que o resto do mundo, eles estão sendo forçados a passar mais tempo em terra firme, longe de suas presas naturais. Tentando sobreviver, esses animais chegam em aterros e locais onde existem restos de baleias e outros animais caçados pelos seres humanos.

Diversos problemas existem:

  • a subnutrição dos ursos, pois eles não conseguem se alimentar adequadamente;
  • o risco de intoxicação pela ingestão de plásticos e dejetos;
  • o perigo de se machucarem com algum objeto cortante;
  • o encontro desses animais com humanos pode ser fatal para eles.

A situação, segundo os cientistas, deve piorar, pois as populações humanas estão aumentando no Ártico. Nunavut, Canadá, – onde vivem milhares de ursos polares – está projetado para crescer quase 40% até 2043.

Sem uma ação urgente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o mundo continuará a sentir os efeitos do aquecimento do Ártico. Para áreas ao redor do mundo – até milhares de quilômetros ao sul do Ártico – isso significará aumento do nível do mar, mudança nos padrões de temperatura e precipitação e eventos climáticos mais severos.