O corpo de um urso foi descoberto por um trilheiro nas montanhas de Pergine, marcando o terceiro urso encontrado morto em poucas semanas.

O primeiro caso aconteceu no final de abril, com o urso conhecido pelo código M62, sendo encontrado morto. O animal era um dos ursos considerados “problemáticos” pelo presidente da Província de Trento, Maurizio Fugatti, e já havia sido condenado à morte.

Depois, no início de junho, o cadáver de um segundo animal foi encontrado na região.

“O fato de três animais terem morrido em 50 dias, sem dúvida, representa uma anomalia, que pode sustentar a hipótese de ato doloso”,  explicou o Enpa, órgão nacional de proteção aos animais.

A Associação Italiana de Defesa dos Animais e do Meio Ambiente (Aidaa) decidiu enviar uma queixa ao Ministério Público de Trento para solicitar uma investigação sobre o possível envolvimento humano na causa das mortes dos três ursos. 

Ela pede acesso aos resultados da autópsia realizada nos três animais e que seja verificada a presença de iscas venenosas na região, visto que algumas testemunhas alertaram para isso. Também é mencionada a necessidade de investigar atividades de caça ilegal e de caçadores furtivos nos locais onde os ursos foram encontrados.

Ursos condenados à morte em Trento

Desde a morte do corredor Andrea Papi, que foi atacado por um urso enquanto trilhava na floresta em 5 de abril, a ursa Gaia, também conhecida como JJ4, foi capturada e separada de seus três filhotes.

Aguarda-se uma decisão definitiva sobre seu destino, que pode resultar em sua morte.

Outro urso, o MJ5, corre o mesmo risco, já que supostamente atacou um homem em 5 de março no Vale de Rabbi.

Uma atualização recente sobre o futuro desses animais ocorreu na sexta-feira (23), após uma audiência em que o Tribunal Administrativo Regional (TAR) decidiu manter a suspensão do abate dos animais até o dia 13 de julho. A organização de defesa animal LAV elaborou um plano para enviar os animais a um santuário, e esse plano será avaliado pela Província de Trento até a data mencionada.

A LAV também enfatiza que matar esses animais apenas por terem seguido comportamentos naturais não evitará futuros acidentes envolvendo outros ursos. Portanto, medidas devem ser consideradas para garantir uma convivência correta e segura entre os ursos