No dia 25 de setembro os eleitores suíços vão votar a proibição da pecuária intensiva, através de uma iniciativa popular, apresentada por organizações de direitos dos animais.
O texto busca consagrar na constituição do país a proteção à dignidade dos animais e a proibição da pecuária intensiva.Para isso, requisitos mínimos mais rígidos para alojamento e cuidados dos animais, como acesso ao ar livre, práticas de abate e a quantidade máxima de animais por fazenda seriam aplicados.
Todas essas questões seriam também aplicáveis às importações de animais e produtos de origem animal.
A vice-presidente da ProVeg International, Jasmijn de Boo, comentou sobre essa medida:
Esta é uma oportunidade fantástica para o povo da Suíça liderar o caminho na Europa e começar a reformar o sistema agropecuário desatualizado. A pecuária intensiva não deve mais ser tolerada hoje, não apenas por causa do sofrimento que causa aos animais, mas também por causa de seu enorme impacto ambiental
Os promotores da iniciativa também denunciam os efeitos nocivos da pecuária intensiva sobre o meio-ambiente e sobre os seres humanos: elevação da resistência aos antibióticos, aumento do risco de pandemias e emissões maciças de gases de efeito estufa.
Governo é contra mudança
No entanto, o governo e o parlamento acreditam que a legislação atual proporciona proteção suficiente aos “animais de criação” e apelam ao povo para que rejeite a iniciativa na votação.
Para os oponentes, o bem-estar animal já é uma prioridade absoluta na Suíça e que a criação de gado ocorre em uma escala limitada. Se a iniciativa for implementada, eles temem que muitas propriedades de pecuária não consigam expandir sua infraestrutura e se defrontem com grandes dificuldades.
Os oponentes da iniciativa advertem também para um aumento dos custos de produção que certamente repercutiria nos consumidores.
Na Suíça, a criação de galinhas em gaiolas foi proibida em 1996, e a legislação em vigor estipula dimensões mínimas para espaços vitais destinados aos animais de estimação, mas também ao rebanho e aves. A Portaria sobre os efetivos máximos na produção de carne e ovos estabelece um número limitado de unidades para cada espécie. Por exemplo, as fazendas não podem ter mais de 1500 porcos, 27.000 galinhas criadas para carne e 300 bezerros.