No início de julho, cerca de uma centena de ativistas da organização antiespecista europeia 269 Libération Animale entraram simultaneamente em seis abatedouros do grupo Van Drie, na França e nos Países Baixos, com o objetivo de bloquear suas atividades e impedir a matança de centenas de bezerros.
O grupo Van Drie, líder mundial na exploração de bezerros, está à frente de 29 empresas espalhadas pelos Países Baixos, França, Bélgica, Alemanha e Itália. Ele produz carne de vitelo e de boi, couro de bezerro, ração animal e matérias-primas lácteas. Com 28% de participação no mercado europeu, seu faturamento anual ultrapassa os 3 bilhões de euros.
Somente no abatedouro da Sobeval, localizado na região da Dordogne (França), cerca de 700 bezerros são mortos diariamente, o que equivale a 90 animais por hora de atividade, segundo a organização L214.
Os ativistas envolvidos nesta operação inédita, a primeira em que seis abatedouros foram bloqueados simultaneamente em uma única noite, vieram da Espanha, Itália, Alemanha, França e Suíça. Divididos em seis equipes, ocuparam os seis locais de forma coordenada. “A ideia era bloquear todos os abatedouros de um mesmo grupo para causar um dano econômico significativo e paralisar completamente sua atividade”, explica Tiphaine Lagarde, cofundadora e porta-voz da organização.
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A ocupação começou entre meia-noite e três da manhã, antes do início da matança. Os ativistas se acorrentaram dentro das áreas de abate: ocuparam boxes de atordoamento, esteiras e cilindros rotativos onde os bezerros são imobilizados e mortos.
Eles resistiram o máximo de tempo possível no local, sendo retirados à força pela polícia na manhã seguinte.
“Na França e nos Países Baixos, lutamos com firmeza contra um gigante que jamais imaginou ser desafiado dessa forma. Cruzamos os portões com a imagem de todos aqueles bezerrinhos gravada em nossos corações. Seus gritos de socorro se tornaram nosso grito de luta. Nos acorrentamos às máquinas com a convicção de que esse enfrentamento físico com as estruturas que exploram e matam animais é essencial. Encontramos o nosso lugar. Entre as facas e os animais”, afirmou o grupo em publicação.