A exploração de porcos no Brasil fez 14,07 milhões de vítimas apenas entre abril e junho deste ano. Esse número absurdo de animais é um recorde desde 1997, representando um aumento de 7,2% na comparação com o mesmo período de 2021, e alta de 3% ante o primeiro trimestre de 2022.

Santa Catarina continua liderando o abate de porcos, com 28,4% da participação nacional, seguido por Paraná (20,9%) e Rio Grande do Sul (17,1%).

O relatório aponta ainda que a maior parte do assassinato dos porcos ocorreu em estabelecimentos de grande porte, que mataram mais de 500 animais por dia.

Seres sencientes

Os porcos são seres sencientes, que experimentam alegria, solidão, frustração, medo e dor, assim como os nossos amados pets. Apesar disso, a maioria dos porcos é mantida em fazendas industriais cruéis. 

Os leitões são abatidos para carne de porco, salsichas, calabresa e bacon entre cinco e seis meses de idade. As porcas – porcas mães – são mortas para carne de baixa qualidade entre seus três e cinco anos de idade.

A grande maioria dos porcos jovens vive em celas imundas com pisos de madeira ou concreto, onde não podem enraizar (comportamento instintivo de cutucar algo com o focinho) ou realizar muitos de seus comportamentos naturais. 

Em locais superlotados e sem lama ou ar fresco para resfriá-los, eles podem ficar estressados ​​pelo calor e entrar em colapso.

As porcas são aprisionadas em “gaiolas de maternidade” – um curral com barras de metal tão pequeno que ela não pode andar ou se virar. Ela fica trancada lá desde uma semana antes do nascimento de seus bebês até em torno de 28 dias depois deles terem nascido, quando seus leitões são tirados dela. Isso acontece a cada cinco meses e algumas mães literalmente enlouquecem.

As doenças são comuns em fazendas industriais, levando ao uso excessivo de antibióticos, uma grande ameaça para a humanidade. Quase metade de todos os antibióticos no Reino Unido são usados na agricultura – a maioria sendo dada aos porcos.

E quanto aos outros animais? Quantos indivíduos foram explorados?

→ 7,38 milhões de vacas e bois mortos no 2º trimestre de 2022, um aumento de 3,5% frente ao mesmo trimestre de 2021.

Segundo o supervisor de indicadores pecuários do IBGE, Bernardo Viscardi,  “A recente desvalorização dos bezerros parece estar levando a um descarte maior de fêmeas. Também é relevante considerar que a carne de fêmeas, principalmente de novilhas, está sendo mais requisitada pelo mercado externo”.

→ 1,50 bilhão galinhas, uma queda de 1,4% em relação ao mesmo período de 2021 e queda de 2,7% ante o 1° trimestre de 2022.

→ 5,40 bilhões de litros de leite no 2º trimestre de 2022, uma queda de 7,6% em relação ao 2º trimestre de 2021, e recuo de 8,9% frente ao trimestre imediatamente anterior. Foi a menor captação para um segundo trimestre desde 2016.

→ 998,82 milhões de dúzias de ovos (1,2 bilhão de ovos) vindos da exploração das galinhas foi registrado no 2º trimestre de 2022, maior resultado para um 2º trimestre, desde 1997. Houve estabilidade frente ao 2º trimestre de 2021 e aumento de 1,8% ante o 1º trimestre de 2022.