Um levantamento feito pela ONG Mercy for Animals (MFA) Brasil mostrou que é possível reduzir em até 60% o custo de uma refeição ao escolher usar apenas alimentos de origem vegetal ao invés de acrescentar carne bovina – mantendo as mesmas características nutricionais.

Através do programa Alimentação Consciente Brasil (ACB), 4 capitais brasileiras foram analisadas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife.

A pesquisa calculou o custo de uma refeição tradicional que inclui feijão carioca, arroz branco, cenoura com abobrinha, salada de alface, tomate e beterraba, e uma laranja de sobremesa. A única diferença foi a substituição da carne moída por hambúrguer de feijão.

Para efeito de comparação, a substituição de apenas uma refeição tradicional diária por um prato à base de produtos 100% vegetais, durante um mês (30 dias), geraria uma economia total no orçamento individual de R$ 141,30 em Belo Horizonte, R$ 140,10 em São Paulo, R$ 108,30 no Rio de Janeiro e R$ 60,60 no Recife, conforme a pesquisa.

“A substituição da carne bovina por feijão ou outras leguminosas, como lentilha, grão-de-bico, entre outras, é uma saída mais em conta e mais saudável para as pessoas continuarem a ter um consumo de proteína e ferro adequados”, explica Bruna Nascimento, nutricionista e Especialista Sênior em Políticas Alimentares da MFA.

Segundo Bruna, o feijão é uma ótima fonte desses nutrientes, assim como de fibras. Um pedaço de 100g de carne pode ser substituído, por exemplo, por sete colheres de sopa de feijão ou uma concha grande. Ela acrescenta que o feijão pode ser preparado cozido ou em outros formatos, como hambúrguer, almôndega e patê.

“Ao fazer essa substituição, também vale a pena atentar ao consumo de algum alimento rico em vitamina C junto ou logo após as refeições. Isso ajuda a aumentar a absorção do ferro presente nos feijões”, alerta a nutricionista, citando o consumo de frutas e suco natural.

Alimentação consciente

O programa Alimentação Consciente Brasil (ACB) tem o objetivo de incentivar o aumento do consumo de alimentos de origem vegetal, como frutas, legumes, verduras e grãos, que devem ser a base de uma alimentação saudável e sustentável, de acordo com as principais autoridades mundiais relacionadas à saúde e ao meio ambiente.

Em seus 5 anos de existência, o programa já contribuiu para que mais de 15 milhões de refeições à base de vegetais fossem servidas em instituições parceiras do poder público, oferecendo uma consultoria inteiramente gratuita para adaptação de cardápio, treinamentos teóricos em educação nutricional e ambiental para nutricionistas e equipes pedagógicas e treinamentos práticos em cozinha vegetal para equipes de cozinha.