Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, descobriram como reverter alguns problemas de degeneração cognitiva causados pela idade — porém, apenas em ratos, por enquanto.

Os animais mais velhos (de 18 a 22 semanas de vida) que receberam fluido cérebro espinhal de camundongos jovens (menos de 10 semanas de idade) passaram por testes de memória e de velocidade de reação e se mostraram mais “jovens” do que os ratinhos com a mesma idade que não receberam o líquido.

Os cientistas alertam que a pesquisa ainda precisa de muito desenvolvimento até chegar ao ponto de ser usada em humanos, mas abre portas para terapias gênicas que evitem o desgaste cognitivo e ajudem a tratar a demência.

Para a retirar o líquido dos ratinhos, foi realizado um corte acima de seus pescoços tentando não perfurar nenhum vaso sanguíneo ou cutucar o próprio cérebro.

Quando os cientistas aprenderam a técnica, 10 microlitros de líquido cefalorraquidiano, o equivalente a um quinto do tamanho de uma gota de água, eram retirados de cada animal. Para obter a quantidade necessária, muitas centenas de animais foram usados.

Para infundir o líquido em camundongos mais velhos, os cientistas perfuraram um pequeno orifício em seus crânios e implantaram uma bomba abaixo da pele na parte superior das costas.

Doenças neurodegenerativas como Parkinson ou Alzheimer são debilitantes  e exigem muitos cuidados. Mas até que ponto a oferta de uma vida humana mais longa e de melhor qualidade vale a exploração de milhões de animais em testes que são muitas vezes inconclusivos?

Ratos são frequentemente usados por suas semelhanças anatômica, fisiológica e genética com os humanos (além de terem um baixo custo associado). Mas e sua semelhança como seres inteligentes, emocionais e carinhosos? 

Ratos

Pesquisas detalhadas mostram claramente que os ratos fazem acordos e trocam favores diferentes uns com os outros; sabem quando eles esqueceram alguma coisa; sonham com um futuro melhor (assim como os humanos); demonstram empatia por outros ratos vendo a dor em seus rostos; salvam ratos se afogando em vez de comer chocolate; brincam, riem e gostam de receber cócegas, entre muitas outras.

Saber sobre a vida cognitiva, emocional e moral dos ratos é importante para o público em geral, porque mais e mais pesquisas sobre roedores sencientes estão mostrando claramente que não estamos sozinhos na capacidade de realizar tarefas complexas, resolver problemas difíceis ou experimentar emoções amplas.

No entanto, a Lei Federal de Bem-Estar Animal (AWA) dos Estados Unidos continua a fazer a afirmação totalmente insana de que ratos, camundongos e outros animais não são realmente animais. Como a lei não considera esses animais, os veterinários do governo nem sequer inspecionam os laboratórios que usam ratos e camundongos.

Um estudo estimou que, apenas nos EUA, mais de 110 milhões de ratos são usados anualmente.