Milhares de peixes foram vistos boiando em um lago da comunidade Paraná do Jussará, em Coari, interior do Amazonas, nesta última semana. Segundo especialistas, isso aconteceu devido à baixa oxigenação da água, consequência da seca severa registrada no estado.
Nos vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver que alguns deles ainda estão lutando para sobreviver. A morte pode acontecer de forma lenta e dolorosa.
A análise necroscópica de um peixe morto em decorrência da falta de oxigênio, pode revelar a existência de hemorragias nas brânquias e no abdômen, dependendo do tempo de estresse sofrido pelo animal e da resistência que a espécie apresenta.
“É um lago grande, que possui vários lagos menores que o compõem. Sempre quando há baixa excessiva dos rios, o lago diminui o volume de água, e como há grande quantidade de peixes nessa região, diminuem também a quantidade de oxigênio. Além disso, quando esfria o clima, há uma inversão térmica, que também ajuda a diminuir o oxigênio, fazendo com que esses peixes fiquem nesse estado”, explicou o biotecnólogo e técnico em Recursos Pesqueiros Jacksoney Lima.
Crise climática
O clima no Brasil está mudando e isso se deve à uma crise climática global, de acordo com meteorologistas.
“Uma lição prática que podemos tirar é que a Amazônia vem pulando de um extremo climático para outro em questão de pouco tempo. Isso já é uma realidade do presente e só tende a se agravar no futuro”, disse o meteorologista Willy Haigi.
Após duas grandes enchentes severas e históricas em menos de um ano, o Amazonas passa agora por uma estiagem que atinge mais de 200 mil pessoas no estado. De 62 municípios amazonenses, 47 estão em situação de atenção e oito estão em situação de emergência. Coari é um dos municípios em situação de emergência por conta da forte estiagem do Rio Solimões.