Um navio transportando 2.901 bois, que partiu do Uruguai, está retido há mais de duas semanas na costa da Turquia, depois que as autoridades negaram a permissão para o desembarque dos animais devido a irregularidades na documentação.
O cargueiro Spiridon II chegou ao porto de Bandırma em 22 de outubro, onde o Ministério da Agricultura e Florestas da Turquia constatou que cerca de 500 brincos de identificação não correspondiam aos documentos apresentados. Por causa disso, o descarregamento dos animais foi proibido.
Moradores da região começaram a reclamar do mau cheiro e da presença de insetos, o que levou as autoridades portuárias a ordenar que o navio fosse afastado da costa. Desde então, ele permanece em alto-mar, onde as condições para os animais pioram a cada dia.
De acordo com o proprietário da embarcação, 48 bois morreram desde a chegada à Turquia, e os 2.853 sobreviventes enfrentam falta de alimento e água. Representantes da organização Animal Save Türkiye tentaram se aproximar para verificar a situação dos animais, mas foram impedidos pelas condições climáticas.
“Esses animais estão presos em condições desesperadoras”, afirmou Dra. Maria Boada Saña, veterinária da Animal Welfare Foundation. “Depois de uma viagem tão longa, eles estão exaustos, desidratados e precisam urgentemente de cuidados. Cada dia a mais no mar significa mais sofrimento.”
A Animal Welfare Foundation, em conjunto com organizações parceiras, pede às autoridades turcas que coloquem a sobrevivência dos animais acima da burocracia e autorizem imediatamente o desembarque.
Burada beyaz bir nokta gibi görünen konumda Spiridon II adlı gemi var.
İçinde 2901 hayvan vardı, 48’i öldü…
Geminin “yük”ünün boşaltılmasına izin verilmediği için açıkta bekliyor.
50 gündür kendi pisliğinde yaşamaya çalışan 2853 aç ve susuz hayvan o beyaz nokta. pic.twitter.com/vuyiR54IQA— Animal Save Türkiye (@AnimalSaveTR) 8 de novembro de 2025
Enquanto isso, 2.853 bois exaustos, famintos e sedentos seguem vivendo há 50 dias em meio às próprias fezes.
Este é mais um exemplo do absurdo de um comércio que continua sendo permitido em tantos países, submetendo animais a viagens intermináveis e sofrimento extremo, tratando suas vidas como se fossem simples mercadorias.
