Um dos maiores parques aquáticos que explora animais, o Miami Seaquarium, deverá em breve fechar suas portas, após várias mortes de animais e uma série de relatórios federais demonstrando a falta de cuidado com eles.
Dolphin Company, o grupo por trás do Miami Seaquarium, recebeu na última quinta-feira (7) uma ordem de despejo do condado Miami-Dade, na Flórida, exigindo que desocupe o local até o dia 21 de abril.
O término deste contrato ocorre menos de um ano após a morte da orca Tokitae (também conhecida como Lolita), que passou mais de meio século de cativeiro em precárias condições.
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De acordo com a organização Dolphin Project, pelo menos 120 golfinhos e baleias morreram em cativeiro no parque.
Diversas inspeções federais ao longo dos anos revelaram deterioração tanto na manutenção do parque quanto no bem-estar dos animais.
Em outubro, um golfinho foi encontrado com um prego de dois centímetros na garganta, outro com um parafuso de metal quebrado na boca. Já um leão-marinho se recusava a comer, pois estava com dor nos olhos depois de esperar semanas por uma cirurgia de catarata.
Mofo e tinta descascada, também foram encontrados em recintos de pinguins e papagaios, e o laboratório veterinário não tinha ferramentas de diagnóstico básicas, como ultrassom, radiografia, endoscopia ou anestesia em funcionamento.
Apesar do fechamento do parque ser uma ótima notícia, a principal questão que é o destino dos animais, ainda está incerta e eles correm o risco de continuarem sendo explorados para entretenimento em novas instalações.
This grouper is still hanging in there. pic.twitter.com/MsbNjdRCFI
— Crystal Heath DVM (@drcrystalheath) 11 de março de 2024
O local atualmente ainda tem cerca de 500 animais em cativeiro, como peixes, aves, répteis e mamíferos marinhos, disse a prefeita do condado, Daniella Levine Cava. Todos os animais são de propriedade da Dolphin Company, e cabe à empresa decidir o que acontecerá com eles, disse ela. A prefeita acrescentou que o condado está trabalhando em planos de contingência no caso de algum animal ser deixado para trás quando a empresa desocupar o local.
Organizações e ativistas como o Phil Demers ainda estão tentando negociar com o Miami Seaquarium para garantir que os animais possam receber um destino digno.