Mais de 500 golfinhos foram mortos nas Ilhas Faroé desde que a caça foi retomada em maio, de acordo com as autoridades locais.
Os caçadores cercam os animais no mar com barcos de pesca e os guiam para uma baía rasa, onde eles acabam encalhando. Pescadores na praia os abatem com facas.
Nesta temporada de caça, já ocorreram cinco matanças, incluindo duas que aconteceram nesta semana, envolvendo baleias-piloto, uma espécie de golfinho. Em uma das matanças, foram mortos 266 animais e na outra, 180.
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As baleias que foram recentemente mortas faziam parte de uma família muito maior, estimada em cerca de 700 indivíduos, de acordo com um morador local que informou a Sea Shepherd.
A caça ainda recebe amplo apoio nas Ilhas Faroé, onde os defensores afirmam que os animais têm alimentado a população local há séculos e acusam a mídia e ONGs estrangeiras de desrespeitar a cultura e as tradições locais. Normalmente, são mortas cerca de 800 baleias-piloto por ano.
Em 2022, o governo limitou o número de golfinhos que poderiam ser mortos por ano para 500, após quase 1500 animais terem sido mortos em apenas um dia em setembro de 2021.
Nenhuma tradição, independentemente do local do mundo em que ocorra, é digna de respeito quando é incapaz de ter empatia pelos animais.
Ativistas no local não tem como impedir matança
A Sea Shepherd do Reino Unido, organização que vem documentando o que acontece no local, afirmou que eles não têm como tomar nenhuma medida eficaz para prevenir a morte desses animais no local.
“A caça é legal. É ilegal para a nossa equipe interferir em uma caça. Não nos é permitido chegar perto das baleias quando um abate é anunciado, nem em barcos nem como indivíduos na água”, afirmaram em suas redes sociais.
Eles também relatam que, em 2015, os ativistas interferiram na caça e acabaram sendo todos deportados, sem conseguir nenhuma melhoria para os animais. A Sea Shepherd atua registrando e divulgando imagens para que pessoas de todo o mundo estejam cientes do que está acontecendo e ajudem a pressionar as autoridades a acabar com essa matança.
“Se acreditássemos por um segundo que quebrar a lei e interferir poderia salvar apenas uma única baleia, nossos voluntários certamente o fariam”.