No início de agosto a Câmara dos Deputados na Itália estabeleceu a proibição definitiva da morte de pintinhos machos a partir de 2026. Para a Animal Equality, que trabalhou intensamente para que isso acontecesse, esssa é “uma votação decisiva para a história das leis de bem-estar animal na Itália”.

O texto prevê prazos para implementação da tecnologia da sexagem in ovo de acordo com a situação tecnológica das empresas do setor, apoiando simultaneamente a introdução e o desenvolvimento de tecnologias e instrumentos para a sexagem in ovo, está é a técnica capaz de identificar o sexo do pintinho mesmo antes da eclosão, com isso, os ovos de embriões machos são removidos das incubadoras e não chegam a eclodir dos ovos.

Como resultado, entre 25 e 40 milhões de pintinhos machos deixarão de ser mortos todos os anos na Itália.

O que acontece com os pintinhos machos atualmente?

Triturados vivos ou sufocados, os pintinhos machos são imediatamente sacrificados, dentro de 24 horas após o nascimento. Isso acontece sem o uso de técnicas de atordoamento, ou seja, os animais estão conscientes e são capazes de sentir dor e sofrer durante esse processo. A indústria considera os machos inúteis por não botarem ovos. Eles também não são aproveitados pela indústria da carne por não terem um bom desenvolvimento corporal e consequentemente não produzirem grandes quantidades de carne.

Opinião

Todos queremos ver menos animais sofrendo, até o dia em que todos eles possam ser livres.

Porém, tememos que essa seja mais uma forma de “tirar a culpa” do consumo de ovos, sem efetivamente resolver o problema, podendo até promover um crescimento dessa indústria cruel, alegando que agora estão produzindo ovos mais “humanos”.

Com certeza, é notável toda essa mobilização de ativistas e pessoas preocupadas com o bem-estar animal, além de ser extremamente importante ver os governos percebendo a realidade da criação de animais e buscando mudar as coisas.

Apesar disso, o mesmo número de galinhas continuará sendo explorado. Incontáveis milhões de fêmeas recém-nascidas, seres sencientes, ainda terão seus bicos cortados com lâminas quentes e passarão suas curtas vidas em uma situação extremamente precária.

A proibição do abate de pintinhos machos apenas desloca o problema para outro lugar e, infelizmente, não faz nada para evitar o inferno ao qual nós, humanos, submetemos outras galinhas.

E, se todos esses milhões investidos em pesquisa de sexagem dos ovos fossem, ao invés, utilizados no desenvolvimento de alternativas vegetais?