Ativistas veganos criticaram o NHS, Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, por servir carne de cervos “abatidos” na região aos pacientes e funcionários.
A empresa que administra as florestas da Inglaterra, a Forestry England, caça e mata os cervos para vendê-los como carne. Eles chamam isso de “programa de manejo florestal sustentável” e afirmam que a medida visa controlar a população desses animais, abatendo 35 mil a cada ano.

Chef do NHS com torta de carne de cervo. Foto: Highland Game – Triangle News
O hospital East Lancashire começou a servir pratos contendo a carne há cerca de um ano, e já comprou mais de 1000 quilos de carne de cervos em cubos. Estima-se que outros 20 hospitais vão seguir essa mesma medida até o fim do ano.
De acordo com Tim Radcliffe, Gerente do Programa de Alimentos do NHS, que criou o programa, o hospital quer “dar aos pacientes e funcionários a melhor comida [que eles] podem”, e acrescentou que é “uma opção de custo neutro em comparação com outras carnes”.
A PETA criticou duramente a medida, destacando preocupações éticas e de saúde em relação à alimentação de origem animal, e pediu ao NHS que forneça refeições à base de plantas. Dawn Carr, diretora corporativa dos projetos de veganismo da PETA, disse:
Nenhum animal – seja ele um gentil cervo morto sob a desculpa de um ‘abate’ ou um porco ou uma vaca enforcados e baleados – deseja morrer para ser servido em uma sopa ou como recheio de um sanduíche.
“Os animais sofrem muito na produção de carne, e servi-los nos hospitais é como distribuir cigarros em benefício do câncer de pulmão. Ataques cardíacos, derrames, câncer e diabetes – os principais assassinos do Reino Unido – estão todos ligados a dietas ricas em gordura saturada encontradas em produtos de origem animal”.
“Então, trocar a carne animal por vegetais, leguminosas e tofu seria uma ótima notícia para os pacientes e funcionários do NHS. Servir refeições veganas também seria uma solução econômica a longo prazo e melhor para o meio ambiente – exatamente o que o médico prescreveu!”

Highland Game é o fornecedor da carne de cervo para o hospital East Lancashire Trust, caçado pela Forestry England. Foto: Highland Game – Triangle News
Controle da população de cervos
Essa matança de cervos geralmente não resolve o problema a longo prazo e acaba apenas sendo uma “desculpa” para permitir a caça e o lucro das pessoas envolvidas.
A Humane Society dos EUA (HSUS) argumenta que usar métodos não letais alcançaria de maneira mais eficaz o objetivo de controlar a população dos animais, ao mesmo tempo que ensina a população a coexistir pacificamente com os cervos.
Além disso, também evita a destruição das famílias de cervos, que filhotes fiquem órfãos, que outros animais sejam acidentalmente mortos e, até mesmo, acidentes com humanos.
A partir de pesquisas realizadas pelo HSUS desde a década de 90, o controle de fertilidade da vida selvagem oferece uma maneira “humana” de gerenciar as populações de cervos quando necessário.

Foto: Laura College
Uma alternativa é o uso da vacina de imunocontracepção PZP para controlar a fertilidade de cervos fêmeas adultas. Sendo uma proteína natural, seu uso é seguro e não prejudica os animais. Essa vacina pode ser aplicada no animal manualmente ou através do disparo de um dardo.
Eles afirmam que “melhorias recentes na vacina PZP agora impedem que os cervos tenham filhotes por até três anos com apenas um tratamento. Essas vacinas reduzem significativamente o tempo necessário para aplicar nos animais e, mais importante, reduzem os custos do tratamento de cervos”.