O terceiro relatório científico realizado pelo painel de especialistas do Clima da ONU (IPCC), publicado nesta segunda-feira (4), não deixa espaço para dúvidas: “É agora ou nunca”, como afirmou Jim Skea, um dos presidentes do grupo de cientistas.
O material aponta serem necessárias medidas imediatas para que, até 2030, o mundo possa reduzir pela metade sua produção de gases de efeito estufa e “garantir um futuro em que seja possível viver”.
Os principais cientistas do mundo nomearam a carne cultivada e à base de plantas como soluções transformadoras que podem desempenhar um papel crítico na redução pela metade das emissões globais até 2030.
O relatório cita:
➡ Mesmo que os combustíveis fósseis fossem eliminados da noite para o dia, as emissões do sistema alimentar por si só colocariam em risco a meta do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C (12.4.3).
➡ Tecnologias alimentares emergentes, como fermentação de precisão, carne cultivada e alimentos à base de plantas, podem “prometer reduções substanciais nas emissões diretas de gases de efeito estufa da produção de alimentos” (TS. 5.6.2).
➡ Além de reduzir as emissões, as proteínas sustentáveis “reduzem as pegadas de terra, água e nutrientes e abordam as preocupações com o bem-estar animal” (TS. 5.6.2).
➡ Muitos outros benefícios associados à transição para a carne cultivada e à base de plantas são identificados, desde a diminuição do risco de doenças zoonóticas, diminuição do uso de pesticidas e antibióticos e diminuição dos poluentes que afetam a saúde do solo e a qualidade do ar e da água (TS-91).
Seren Kell, gerente de ciência e tecnologia do Good Food Institute Europe, disse:
O último relatório do IPCC deixou claro que nada menos que uma rápida transformação do sistema alimentar é essencial para que o mundo evite mudanças climáticas catastróficas.
Os governantes têm um papel crucial na implementação de medidas que visem facilitar a transição da população para um estilo de vida mais responsável, mas as pessoas têm a responsabilidade de aderirem à mudança. Uma alimentação à base de plantas está ao alcance de todos, pode ser mais barato, mais benéfico para a saúde e ter um grande impacto ambiental.