Líderes africanos decidiram no domingo (18), durante o encerramento do African Union Summit, pela proibição do comércio de pele de jumento em todo o continente.

O principal motivo que leva ao abate destes animais é a produção de ejiao, uma espécie de gelatina fabricada com o couro do jumento, que é utilizada na medicina tradicional chinesa.

Essa substância gelatinosa é promovida como um “remédio milagroso”, embora careça de evidências científicas.

Novos números da organização The Donkey Sanctuary mostram que, globalmente, pelo menos 5,9 milhões de burros são abatidos anualmente para atender à demanda chinesa.

Com o aumento da demanda pelo ejiao, os burros na África enfrentam uma grave ameaça de extinção.

Animais também estão ameaçados no Brasil

Não apenas na África, mas também no Brasil, onde a demanda por jumentos disparou nos últimos anos.

Em 2021, o Ministério da Agricultura divulgou que, em média, 6 mil jumentos eram abatidos por mês no Brasil. De acordo com o IBGE, houve uma queda populacional de 38% entre esses animais entre 2011 e 2017.

A preservação dos jumentos é uma urgência diante da ameaça de extinção devido ao abate indiscriminado, além de os animais estarem sofrendo com práticas cruéis.

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou em novembro de 2023 o PL 2387/2022, que proíbe o abate de equídeos e equinos (jumentos, jegues e cavalos) para o comércio de carne, pele e outras partes, em todo o país, tanto para consumo interno quanto para exportação.

Agora, o projeto, que tramita em caráter conclusivo, deverá ser analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Todo o tipo de exploração de jumentos precisa acabar, não apenas o comércio de sua pele e carne, bem como o abuso desses animais para transporte de pessoas e objetos.

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Carne Nunca Mais

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