Alain Ducasse, o chef francês com 21 estrelas Michelin e dono de mais de 40 restaurantes na França e no exterior, abriu recentemente um quiosque de hambúrguer vegano chamado Burgal, no bairro da Bastilha, em Paris.
Alain Ducasse é um dos precursores franceses da cozinha vegetariana e vegana, tendo criado um menu vegetariano pela primeira vez em 1996 em seu restaurante Le Louis XV, localizado em Monte-Carlo, Mônaco. Em setembro do ano passado, ele também abriu seu restaurante Sapid, cujos pratos são majoritariamente à base de plantas.
Os hambúrgueres veganos são feitos a partir de vegetais, lentilha e quinoa. Todos os ingredientes são de origem nacional, com exceção da mandioca e da pimenta. Os acompanhamentos tradicionais de batatas fritas foram substituídos por chips de vegetais e grão de bico e conta com uma mousse de chocolate vegana de sobremesa.
Aberto diariamente, Burgal oferece seu hambúrguer a 7,50€, ou 12,50€ para um menu com acompanhamento e bebida.
Dependendo do sucesso do projeto, a marca pode rapidamente se instalar em outros quiosques parisienses, mas também disponibilizar esse burguer em outros estabelecimentos.
“Não estamos no campo da imitação de carne”, disse Quentin Vicas, gerente de desenvolvimento do grupo Ducasse, ao Liberation. “Nossos produtos não contêm aditivos ou corantes e não é nossa intenção avançar para análogos de carne. É o primeiro hambúrguer vegetal do nosso grupo. A origem vem de alguns anos, e da irritação de Ducasse, ao ver as pessoas arruinando sua saúde e o planeta comendo hambúrgueres de baixa qualidade”.
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Crescimento das opções vegetais na França
Atualmente, 49% dos lares franceses incluem pelo menos uma pessoa flexitariana, preocupada em reduzir o consumo de carne, em comparação com apenas 25% há seis anos, segundo dados do Kantar World Panel.
“É um mercado ainda em construção”, observa Nicolas Dhers, diretor de projetos de transição alimentar do Carrefour, grupo que criou sua própria marca de alimentos vegetarianos e vegano. “Tentamos ter produtos que sejam acessíveis e bons. O sabor é a chave para este mercado”.
“Na França, o prazer e as receitas contam mais do que em qualquer outro lugar”, observa Lydia Rabine, especialista em tendências de consumo da Kantar. “Temos uma abordagem menos funcional da alimentação do que os países anglo-saxões”.
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Agora, mais de sete em cada dez famílias francesas dizem que “conhecem as alternativas vegetais” à carne e ao leite, segundo a Kantar. No entanto, a intenção de compra permanece baixa (menos de 15%). As razões dadas para isso são: 42% das pessoas destacam não gostar do sabor, 32% da textura, 27% o preço. Eles também são 28% a pensar que esses produtos são feitos com “ingredientes não naturais, aditivos, conservantes, intensificadores de sabor”.
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