Durante a madrugada de terça-feira (15) um grupo de ativistas pelos direitos dos animais, presumidamente do grupo Animal Liberation Front (ALF), invadiu uma fazenda de exploração de visons pelas suas peles, a “Lion Farms USA Mink Farm”, em Ohio, nos EUA.
De acordo com uma declaração do xerife do condado de Van Wert, algumas cercas ao redor da fazenda foram derrubadas e os ativistas libertaram entre 25 e 40 mil visons das gaiolas onde eram obrigados a viver. Estima-se que apenas 10 mil dentre eles conseguiram, de fato, escapar, enquanto os outros foram recapturados. Todos esses animais teriam, em breve, sido mortos pelas suas peles.
O xerife Thomas Riggenbach afirmou que, na tentativa de fuga dos animais, muitos deles morreram tentando atravessar uma estrada. Segundo ele, o número de mortos foi tão expressivo que funcionários tiveram que usar um veículo de limpar neve para recolher os cadáveres.
Porém, a ALF refutou essa alegação, observando que a fazenda está localizada em uma área rural com muito pouco tráfego.
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Além disso, o xerife alertou que os visons, uma vez em cativeiro, perdem as habilidades de sobrevivência necessárias para sobreviver na natureza. No entanto, a ALF acredita que isso é falso. Um estudo de 2009 publicado pela Animal Liberation Frontline e pela Universidade de Oxford concluiu que “as martas criadas em fazendas mantêm seus instintos selvagens e, quando liberadas, podem se reassimilar com sucesso em seu habitat nativo”.
Embora o grupo ALF não tenha emitido uma declaração confirmando seu envolvimento na ação de libertação dos animais, foi escrito com spray na parede da fazenda “ALF” e “voltaremos”.
Em comunicado de imprensa, o “North American Animal Liberation Press Office” afirmou que:
“À medida que a temporada de caça chega ao fim, esses animais estavam programados para uma morte certeira por eletrocussão anal, gaseamento ou espancamento nas próximas semanas, com cerca de sete meses de idade, quando é mais lucrativo para seus ‘donos’ matá-los. Apesar de serem enjaulados por toda a sua vida curta e brutal, os visons em cativeiro permanecem geneticamente selvagens e provaram ser capazes de sobreviver na natureza quando têm vários meses de idade”.
Mercado de peles nos EUA
Milhões de visons são criados e abatidos todos os anos nos Estados Unidos para fazer casacos de pele. De acordo com a Fur Commission USA, dados de 2018 mostram que existem 245 fazendas de vison em 22 estados que geram três milhões de peles anualmente.
A ALF, na semana passada, reivindicou o crédito por liberar 1.000 martas de uma outra fazenda em Ohio. O grupo, que se descreve como um “movimento de resistência política e social sem liderança e descentralizado”, disse que os ativistas também visitaram outras fazendas de vison em Ohio, mas descobriram que “não haviam sobreviventes”.
Criação de visons e COVID
Durante o auge da pandemia de coronavírus, havia preocupações de infecções por coronavírus em fazendas de visons nos EUA. Já a Dinamarca matou todos os milhões de visons criados no país depois que o vírus se espalhou dos trabalhadores aos animais e de volta para humanos. O governo dinamarquês planejava encerrar a indústria em 2024, mas acelerou o plano por causa da pandemia.
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