Hospitais de vida selvagem na área de São Francisco, na Califórnia (EUA), receberam centenas de esquilos bebês que saíram de seus ninhos em busca de alívio da onda de calor que atinge a região.

Os esquilos constroem seus ninhos para reter o calor, visando proteger os filhotes do frio da noite. Porém, isso faz com que seu interior fique extremamente quente quando as temperaturas são elevadas.

Os bebês costumam passar os primeiros quatro meses de vida no ninho, portanto, quando eles saem antes desse período em busca de frescor, acabam caindo no chão e se machucando.

“Além das lesões usuais que vemos em esquilos caídos (dentes quebrados e lábios rachados são os mais comuns – os esquilos bebês têm cabeças grandes, então quase sempre caem de cara!), nossa equipe médica precisava lidar com os sintomas de hipertermia nos esquilos bebês e em todos os pacientes que admitimos naquela semana”, disse Alison Hermance, diretora de comunicações da WildCare, ao Daily Mail.

Hermance explicou que as intervenções médicas incluem dar fluidos subcutâneos aos pequenos esquilos feridos, fornecer resfriamento gradual, dar-lhes dextrose oral e uma solução eletrolítica hidratante, bem como tratamento para choque, incluindo oxigênio.

“Assim como acontece com os humanos, nossos pacientes de vida selvagem com hipertermia (superaquecimento) precisam ser resfriados, mas você não pode resfriá-los muito rapidamente ou corre o risco de danos aos órgãos e morte (essa é outra razão pela qual não queremos que as pessoas tentem esfriar os próprios animais quentes”, disse ela.

O Centro de Vida Selvagem do Vale do Silício já estava cuidando de mais de 200 esquilos e eles esperam receber mais. Desse grupo, a maioria estava alojada em pequenas gaiolas e algumas dezenas estavam sendo cuidados nas casas dos voluntários.

Funcionários informaram que, quando os esquilos forem soltos, eles poderão facilmente voltar a viver na natureza.

Recebendo cuidados no hospital WildCare

Esquilos adultos também estão sentindo calor

Esquilos adultos na área da baía foram vistos esparramam-se no chão como forma de reduzir o calor do corpo. Eles ficam parados, de barriga para baixo, totalmente estirados no chão. Trata-se de uma técnica que animais usam de deitar no chão com os membros esticados para se refrescar na superfície mais fria, à exemplo do que cães e gatos fazem.

Esquilo tentando se refrescar do calor – Foto: Twitter

Crise climática

A maior frequência de eventos de calor extremo associados à emergência climática pode causar danos aos animais não humanos, aos ecossistemas e às pessoas.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), ondas de calor têm relação direta com o aumento de mortes. Por isso, o fenômeno está entre os mais perigosos “desastres naturais”, mas nem sempre recebe a devida atenção porque os óbitos e a destruição nem sempre ficam tão óbvios.