No dia 25 de abril de 2025, uma tragédia abalou o Mar Vermelho: um navio que transportava ovelhas vivas naufragou próximo à costa do Iêmen, no Golfo de Áden. Imagens do resgate viralizaram nos dias seguintes e chocaram o mundo.

Nos vídeos registrados no local, pescadores aparecem em pequenos botes tentando salvar as ovelhas que nadavam em desespero. 

Ainda não há um número oficial de quantas ovelhas estavam a bordo, mas a estimativa mais amplamente divulgada aponta para cerca de 2.000 animais. O navio havia partido da Somália com destino a Djibuti e, segundo relatos, estava sobrecarregado — um fator que pode ter contribuído para o naufrágio.

Pelo menos 160 ovelhas morreram presas na embarcação, afogadas sem sequer ter a chance de escapar. 

Depois de uma viagem marcada por estresse extremo, calor, falta de ventilação e alimentação precária, elas enfrentaram mais uma provação: lutar pela própria vida no mar, exaustas. Tudo isso para, ao final, serem abatidas.

Essa tragédia não é um caso isolado — é mais uma evidência das consequências brutais do transporte marítimo de animais vivos. Embora amplamente praticado, esse tipo de comércio tem sido alvo de críticas e denúncias por organizações de proteção animal em todo o mundo, que apontam o sofrimento extremo imposto aos animais durante dias — e às vezes semanas — de viagem em condições absurdas.

Em resposta a essa realidade, alguns países já tomaram medidas importantes. A Austrália, por exemplo, aprovou uma lei que proíbe a exportação de ovelhas vivas por mar até 2028. A Nova Zelândia chegou a proibir totalmente o transporte marítimo de animais vivos em 2023, embora o atual governo esteja tentando reverter a decisão.

Na contramão, a Argentina revogou recentemente uma proibição que vigorava há mais de 50 anos. Desde fevereiro de 2025, o país voltou a permitir a exportação de gado vivo por via marítima, uma medida que gerou indignação entre defensores dos animais e especialistas em bem-estar animal.

O naufrágio no Mar Vermelho serve como um lembrete doloroso: enquanto tratarmos seres vivos como simples mercadorias, tragédias como essa continuarão a acontecer. Não se trata apenas de um acidente no mar — trata-se de um sistema que normaliza o sofrimento em nome do lucro.

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Carne Nunca Mais

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