As alternativas de carne à base de plantas tornaram-se mais baratas do que as convencionais nos últimos meses na Holanda.
Esse foi o resultado encontrado pelo pesquisador de mercado Questionmark, em nome da organização de conscientização alimentar ProVeg International, que investigou 36 produtos, nos 6 maiores supermercados.
A mesma pesquisa havia sido realizada no mês de fevereiro, quando a carne convencional ainda era mais em conta, mas já notava-se uma aproximação dos preços.
Resultados
- Em fevereiro, os hambúrgueres vegetais eram em média 0,56€ por quilo mais caros que os hambúrgueres animais, agora estão 0,78€ por quilo mais baratos;
- Em fevereiro, os pedaços de frango vegetal eram em média 1,16€ por quilo mais caros, agora estão 0,37€ por quilo mais baratos .
- Em fevereiro, a carne moída era em média 0,29€ por quilo mais cara, agora está 1,36€ por quilo mais barato.
Os pesquisadores sempre compararam os produtos de carne animal e os substitutos de carne associados com os preços mais acessíveis.
As diferenças entre supermercados e entre os próprios produtos continuam grandes. O fato de os substitutos da carne terem se tornado, em média, mais baratos que a carne não significa que isso também aconteça com todos os substitutos da carne e em todos os supermercados. No entanto, a mesma tendência pode ser vista em todos os lugares de um declínio acentuado ou mesmo reversão nas diferenças de preços. Dos 18 pares de produtos examinados, a diferença de preço melhorou em 16 e piorou em apenas 2.
Causas
A causa das mudanças está inteiramente no aumento do preço da carne, que ficou 21% mais cara, enquanto o preço das alternativas vegetais praticamente não mudou.
“A carne sempre foi um produto que requer uma enorme quantidade de matérias-primas. Para fazer um quilo de carne, você precisa de até dez quilos de grãos. (…) Devido ao grande uso de matérias-primas, a carne é muito mais sensível a interrupções no mercado mundial do que os substitutos da carne. Eles claramente ganham em eficiência, e agora vemos isso refletido no preço”, disse Pablo Moleman, da Proveg Holanda.
Ele também afirma que outro possível motivo que possa ter ajudado nesse cenário é a diferença de margem que possuem os produtos animais e os de origem vegetal.
“Já sabíamos do estudo anterior que muitas vezes há margens muito pequenas em produtos de carne. Os supermercados tentam atrair clientes oferecendo carne o mais barato possível. Margens de cerca de 8% são comuns, às vezes até vendidas abaixo do custo. Já os substitutos de carne têm margens de 35 a 50%. Essas margens mais altas podem ter atuado como um amortecedor para absorver os aumentos de preços, enquanto os supermercados de carne não tiveram escolha a não ser aumentar os preços. Isso poderia explicar por que a carne foi tão atingida pelos aumentos de preços e os substitutos dificilmente foram atingidos.”
Industrializados
Lembrando que essas alternativas industrializadas são uma opção, mas não são necessárias para ser vegano. Uma alimentação equilibrada com cereais, leguminosas, sementes, frutas e verduras traz todos os nutrientes e pode ser até mais acessível.