A cada três minutos, os britânicos matam um animal selvagem pelo que consideram ser diversão, dentro e fora do seu país. Esta foi a conclusão de um estudo de comissão parlamentar no Reino Unido que defende o fim da caça.
Segundo o documento, os caçadores britânicos estão entre os mais matam no mundo, fazendo mais de 100 diferentes espécies de vítimas, incluindo algumas ameaçadas, como leões e ursos polares. Essa exploração é classificada pela comissão como um “esporte doentio e sangrento”. No Reino Unido, o principal alvo são as raposas.
Por sua vez, os caçadores afirmam que injetam dinheiro nas economias dos países onde “se divertem”, especialmente na África, tendo a África do Sul como o destino mais frequente. Eles ainda ousam dizer que sua atividade ajuda na preservação do continente.
Empresas do Reino Unido vendem pacotes de “caça ao troféu” por dezenas de milhares de libras. Entre elas estão a caça a leões “enjaulados”, nas quais os animais são criados em cativeiro e abatidos em cercados.
O deputado conservador Sir Roger Gale, presidente da comissão, disse que as descobertas desmontam as alegações dos caçadores de que eles estão conservando a vida selvagem e mostra que sua motivação é o “autoprazer do tipo mais revoltante”, noticiou o Daily Mail.
Segundo os parlamentares, Kenny MacLeod Senior, que possui uma empresa de construção no Reino Unido, é o mais “prolífico” do grupo, com ao menos 18 abates de animais de grande porte confirmados. Ele e os três filhos citam a caça como uma “tradição familiar”. Eles já mataram animais de 22 espécies.

Posando com sua vitima: Kenny MacLeod Senior ao lado de um antílope kudu morto
A indústria da caça está consolidando as desigualdades da era do apartheid, já que alguns proprietários de empresas de caça ganham milhões de libras por ano, mas os locais contratados como cozinheiros, faxineiros ou esfoladores ganham apenas algumas centenas, descobriu a comissão de investigação.
Se o projeto anti caça se tornar lei, ele impediria os caçadores de trazer peles de animais, cabeças decepadas e carcaças de volta ao Reino Unido após tiros no exterior: os seus troféus. O governo passou anos prometendo uma proibição, mas não ofereceu um cronograma.