No último dia 15, ativistas protestaram em frente à sede do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, contra a falta de medidas de segurança para a vida selvagem na estrada.
Eles expuseram a carcaça de oito animais, acompanhada de uma lona com os dizeres: “E agora? Vocês nos veem?”.
Os corpos dos animais exibidos durante o protesto foram coletados nos últimos meses ao longo da BR-262, popularmente conhecida como a “rodovia da morte” devido à frequente ocorrência de atropelamentos de animais selvagens. Esse ato marca o início da campanha intitulada “Estradas Seguras Para Todos”, cujo objetivo é chamar a atenção das autoridades para os acidentes envolvendo veículos e animais silvestres nas estradas do país.
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Elevado número de vítimas nas estradas
Dados recentes do Instituto Homem Pantaneiro revelaram que 19 onças-pintadas foram mortas em colisões com veículos em um trecho de 200 quilômetros da BR-262 entre Miranda e Corumbá entre 2016 e 2023.
Pesquisadores do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) monitoraram a rodovia entre 2017 e 2020 e registraram 6.650 animais mortos, uma média de 180 por mês. Dentre eles, 316 eram espécies ameaçadas de extinção.
No entanto, os pesquisadores acreditam que os números reais sejam muito maiores, pois muitas carcaças não são encontradas ou são removidas da estrada.
“Não temos dados que provem que é a rodovia mais mortal do Brasil, já que os levantamentos que ficam públicos são geralmente coletados por instituições e ONGs. Mas sabemos que muitas vidas – animais e humanas – são perdidas ali”.
– Gustavo Figueiroa, biólogo da SOS Pantanal
Os acidentes ocorrem principalmente à noite, e mais de 80% deles envolvem animais grandes.
A falta de mudanças significativas na redução das mortes de animais na BR-262 tem levantado preocupações sobre seu impacto nas populações de vida selvagem local.
Ativistas e pesquisadores enfatizam a necessidade urgente de medidas para proteger a vida selvagem e reduzir o número de vítimas humanas e não-humanas na BR-262.