O aumento dos casos da varíola dos macacos provocou uma onda equivocada de ataques a esses animais.

O coordenador-geral da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, Dener Giovanini, diz que casos de apedrejamento, perseguição e envenenamento contra macacos estão sendo registrados em vários lugares do país.

Na semana passada, quatro saguis-de-tufos-pretos e um filhote de macaco-prego foram mortos na cidade de São José do Rio Preto, em São Paulo, com sinais de intoxicação. Profissionais resgataram ainda outros três macacos-pregos e o estado de saúde dos animais é estável. Um deles teve o fêmur fraturado e passou por cirurgia na quinta-feira. 

Os ataques acontecem em meio ao aumento de casos de varíola dos macacos no estado de São Paulo e em todo o Brasil.

Em junho, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou que a entidade estuda mudanças na nomenclatura da doença. Porém, ainda não foi apresentado nada oficialmente.

“A varíola dos macacos é uma doença causada por um vírus, que foi diagnosticada e identificada pela primeira vez no século passado, que não tem nada a ver com macacos. Na verdade, ela foi identificada primeiramente nos macacos e, por isso, ficou conhecida no mundo científico como ‘varíola dos macacos’”, afirma o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros.

No surto atual da doença, que atinge múltiplos países, a transmissão acontece de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama e de banho.