A Sociedade Alemã de Nutrição (DGE) atualizou suas diretrizes alimentares, recomendando que os alemães consumam menos carne, laticínios, ovos e mais alimentos à base de plantas – tanto para a própria saúde quanto para a do planeta.
Desenvolvidas com um modelo de otimização matemática, as diretrizes recomendam que as dietas sejam compostas por pelo menos 75% de alimentos à base de plantas.
“Alimentos à base de plantas, como frutas e vegetais, leguminosas e nozes, e cereais, grãos e batatas fornecem carboidratos, proteínas, vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos. Eles são a base de uma escolha alimentar saudável”, diz a DGE em seu site.
O valor diário para laticínios foi reduzido de três porções para duas. Por exemplo, uma porção corresponde a 1 copo de leite (250 g), a uma fatia de queijo (30 g) ou a um iogurte (150 g) de origem animal.
Quanto à carne e frutos do mar, as diretrizes reduziram a ingestão semanal para um máximo de 300g, com mais 30g reservados para salsichas.
Em comparação, o brasileiro come em média 39 kg de carne anualmente, segundo estimativa da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), o que equivaleria a cerca de 750g por semana.
Pela primeira vez, leguminosas e nozes agora têm sua própria recomendação separada, porém Anna-Lena Klapp, especialista sênior em nutrição e saúde da ProVeg International, observou que esse grupo foi representado muito pequeno.
“Isso não reconhece o papel importante que feijões e leguminosas têm a desempenhar na transformação de nosso sistema alimentar”, escreveu ela.
“As leguminosas são uma fonte econômica de proteínas, vitaminas, carboidratos complexos e fibras, e também são altamente benéficas para práticas agrícolas sustentáveis. Realmente precisamos aumentar o papel das leguminosas em nossas dietas.”
Klapp também também citou que a falta das alternativas à base de plantas para carne e laticínios foi “uma oportunidade perdida”, pois podem ajudar as pessoas na transição para dietas vegetarianas.
Para aqueles que não comem animais, a DGE recomenda o consumo adicional de leguminosas, vegetais, grãos integrais, nozes e óleos.
“Comer principalmente frutas, vegetais, cereais integrais, leguminosas, nozes e óleos vegetais não apenas protege a saúde, mas também o meio ambiente. Por outro lado, a produção de alimentos como carne e laticínios tem um impacto mais negativo no meio ambiente e está ligada a um maior risco de desenvolvimento de certas doenças”, disse o Prof. Dr. Bernhard Watzl, e chefe do grupo de trabalho da DGE sobre Recomendações de Nutrição Relacionadas à Alimentação.
Uma grande pesquisa apoiada pela União Europeia no ano passado revelou que 59% dos alemães já estavam consumindo menos carne em 2022 do que no ano anterior – a maior redução conjunta na UE.
Ao mesmo tempo, a oferta de alternativas vegetais também está crescendo, com varejistas como Lidl, Kaufland, Aldi e o Grupo Rewe oferecendo análogos veganos de carne e laticínios pelo mesmo preço ou mais barato do que suas contrapartes convencionais.