No primeiro trimestre deste ano, 941,3 km² do território da Amazônia Legal foram desmatados, o que representou uma alta de 54%, se comparado com janeiro, fevereiro e março de 2021. Os dados são do Deter, sistema de alertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgados nesta sexta-feira (8/4).

Segundo o levantamento, a Amazônia registrou 312,23 km² de desmatamento apenas em março, índice 15% menor do que no mesmo período de 2021. Mesmo com a tímida redução, o primeiro trimestre de 2022 foi o pior registrado na série histórica do Inpe. A área equivale a quase três vezes o estado de Goiás.

A destruição é impulsionada principalmente pela agricultura e especulação de terras no Brasil, maior exportador mundial de carne bovina e soja.

“Claramente, vimos nos últimos anos um retrocesso na política ambiental e o resultado é visto com os registros de desmatamento no primeiro trimestre de 2022 e em anos anteriores”, disse a porta-voz do Greenpeace Brasil, Cristiane Mazzetti, em comunicado.

Os novos números sugerem que o Brasil pode estar a caminho de estabelecer um novo recorde anual de desmatamento em 2022, pois o período de dezembro a março costuma registrar baixos índices devido ao tempo chuvoso na região.