Um levantamento feito pelo Instituto Datafolha a pedido do WWF-Brasil mostra que 9 a cada 10 brasileiros não aprovam a ideia de autorizar a caça no país.

Para a pesquisa, 2.088 pessoas de todas as 5 regiões do país foram entrevistadas, respondendo a duas perguntas: “Você concorda com a ideia de autorizar a caça de animais no Brasil?” e “Votaria em quem apoia a caça no Brasil?”.

Do total de pessoas pesquisadas, 90% discordam da ideia de autorizar a caça, 9% concordaram e 1% não soube responder. 

Quanto à possibilidade de votar em candidatos que apoiam a caça, 88% afirmam que não votariam em quem defende essa pauta. Apenas 10% dos entrevistados votariam em candidatos que apoiam a autorização da caça no país e 2% não soube responder.

Em ambos os casos, os dados demonstram uma sensibilização forte, contrária à autorização da caça em dois grupos específicos: mulheres e residentes nas regiões metropolitanas. 

Apesar de a caça ser liberada apenas para espécies como o javali, que é considerado um invasor, a quantidade de CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) aumentou exponencialmente no Brasil nos últimos anos. Desde 2018, o número de armas para essa categoria pulou de 350,6 mil para 1.006.725 neste ano.

A região amazônica, notadamente conhecida pelos conflitos fundiários, foi uma das que registrou maior aumento na quantidade de armas em circulação, com 700% desde 2018.

Outro aspecto sério envolve crueldade com animais em extinção e o uso de cães para a caça. “Muitos caçadores  deixam os cães vários dias sem alimentação suficiente e os estimulam a ser mais agressivos. Por isso, caçam a presa impiedosamente”, explica Gabriela Moreira, coordenadora do Projeto Pró-Espécies no WWF-Brasil.

A opinião dos brasileiros vai contra a atuação do Congresso, onde existem projetos de lei como o PL 5544/2020, que dispõe sobre a autorização para a caça esportiva de animais no território nacional. O projeto aguarda a criação de uma comissão especial designada pela Mesa Diretora do Congresso Nacional. A pressão da sociedade segue intensa para coibir sua aprovação.